Menos de um mês depois, a eleição para a presidência da Associação Aliança Pelo Samba (AAPS), que reúne sete agremiações carnavalescas de Santa Maria, está sendo contestada por uma das escolas de samba da cidade. A Vila Brasil alega que pessoas que não estavam autorizadas a votar e agremiações irregularas participaram da eleição no dia 25 de novembro.
A representante da Escola Arco Íris, Elisângela Garcia Ribeiro, foi eleita como a nova presidente na ocasião, e Marion Mello, da Vila Brasil, como o novo vice-presidente da associação.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
Atual presidente da AAPS, Leonardo Ribeiro conta que, após a eleição, algumas escolas pediram a documentação da votação, que foi devidamente apresentada. Segundo ele, até a semana que vem, deverá ser chamada uma reunião extraordinária com os sete presidentes das escolas para discutir a questão do pleito. O Conselho dos Presidentes é a instância máxima da associação.
– Não posso fazer nada sem o Conselho dos Presidentes. Mas precisamos de andamento, até porque fevereiro já está aí e temos propostas de eventos. Se precisarmos chamar uma nova eleição, será feito. Eu até brinco que essa situação me deixa feliz, porque mostra o interesse de todos pelo trabalho e importância da associação. Quando fundamos a associação, eu e minha vice-presidente priorizamos que todos deveriam ter voz e direito. Eu batia muito nessa tecla com os presidentes. Algumas escolas somente, agora, arrumaram essa documentação, mas sempre participaram nas votações – explica Ribeiro.
Conforme Sérgio Silva, presidente da Vila Brasil, somente a vermelho e branco e a Unidos do Itaimbé estão com o registro em dia no tabelionato. Fato que, segundo ele, chegou a ser comentado durante a eleição e registrado em ata.
– As outras escolas existem de fato, mas não existem de direito, pois suas diretorias não estão devidamente registradas. É certo que conseguiremos essa contestação, até porque uma pessoa que não era presidente, votou. O estatuto aponta que só vota o presidente da escola ou quem está devidamente autorizado por ele – diz o carnavalesco.
Elisângela Garcia Ribeiro, a presidente eleita, diz que foi comunicada, na semana passada, sobre a contestação da Vila Brasil e que a AAPS e a Arco Íris estão buscando as possibilidade jurídicas de manter a eleição e para que tudo seja esclarecido. Segundo ela, a Vila Brasil não respeitou a democracia e não reconhece o estatuto da Associação:
– O estatuto indica que quem vota são os associados. Independente de estarem regularizados no tabelionato ou não, são associados. O Carnaval de Santa Maria tem alguns peões que acham que podem mandar, querem que seja do jeito deles. Eu acho que isso, para o futuro do Carnaval de Santa Maria, é muito prejudicial, porque trata-se de uma escola de samba que não respeita o estatuto da associação a qual ela é filiada. O representante participou da votação e, agora, está contestando.
Elisângela conta que haviam planos para eventos de Carnaval nos próximos anos durante a sua gestão, aos moldes da Noite Cultural que ocorreu na Gare ano passado, e até uma possível retomada dos desfiles de rua na Avenida Liberdade, em 2025. Porém, tudo ficará parado até a situação envolvendo o pleito se resolver.
Também fazem parte da AAPS, as escolas de samba Barão do Itararé, Império da Zona Norte, Mocidade Independente das Dores e Unidos de Camobi.